segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Sem Sinal

Está vivo ainda?
Por quê?
Maldito chamado no fim da vida.
Apareceu e falou qualquer coisa,
Mas tocou.
Fez pensar.
Sonhando, sentindo, vivendo,
Segue com a dúvida: está vivo ainda?
Pra que?
Liga pra over dose, por favor!
Este número está fora de área ou desligado.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

É época de chuva

Tudo escuro na linha do trem,
será que ele vem?
Não ouço buzina.
Mais a frente mato;
e um casal fazendo algum tipo de boca-boca.
O rio está cheio,
É época de chuva.
A ponte quase caindo só espera agente passar.
Tudo escuro, muito mato e aqueles mosquitinhos chatos.
Aqui está de boa.
Acomoda, vê o negócio e pronto.
Hora de ir.
Pra onde?
Ainda nem sei, mas já é hora!
Voltando a ponte ainda está lá,
Mas agora tenho certeza:
Só espera agente voltar.
Aonde vamos?
Nem sei, só sei que iremos.
Anda mais que volta ao mundo;
Chega a casa antes da hora.
Cansado.
Já pode dormir,
Mas pensamento nem deixa.
Pensa em alguém.
E se alguém está pensando também.
(aquele alguém)
Tomara que sim!
Acorda e vive.
Lembrete: não arredar no banco do ônibus quando algum idoso for assentar ao seu lado, como se a velhice dele fosse contagiosa.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Tocando a vida meio tom abaixo!
Construindo um casulo com lugares extras.
Éden idealizado.
Vida de dois mundos;
de um plano só.
Lar de pensamento.
Sem tempo, sem dia, sem noite...
Sem idade!
Só viver, sentir, querer...
E saber que não dura o bastante,
que vai querer mais.
Mas acaba a beijando
e de mãos dadas vai.

"Um louco não é menos músico do que tu e eu; só que o instrumento que ele toca está um pouco desafinado." Khalil Gibran

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Certo Errado

Começou errado.
Tudo certo pra dar errado...
Tem gente esperando!
Telefone toca:
Já vou.
Tudo errado deu errado.
Socorro, mas espera.
Hora e meia se despede
Discutindo o outro plano.
Nave espacial chega tarde,
Mas aparece também.
O proximo é bem melhor.
Esse aqui é bom mais não.
Musica de viagem
Três anos pra começar a outra.
Tudo errado,
Mas vai da certo!
Acabo a música.
Com cuidado,
Pé na estrada.
É aqui mesmo!
Lava a mão e pede uma!
Gelada!
Saravá e vira o copo!
Volta pra casa sozinho,
Acompanhado da sombra.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Arco-íris Preto

Arco-íris preto.
Colorido.
Caos organizado e arrumação de zona.
Luz da escuridão,
Surge.
Arco-íris branco,
Depois colorido.
Preto é mais não.
Clarão escuro de trevas iluminada.
Vai.
Arco-íris,
Preto branco colorido.
Sorriso sem graça
Dum olho só.
Ascende apaga logo,
Pra num acabá.
Prende passa logo
Pra num apagá.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Pinga

Pinga a pinga pingou
Pinga a pinga pingou
Pingou a pinga pinga
A pinga pingou pinga
A pinga pinga pingou
Pingou pinga a pinga
A pingou pinga pinga
A pinga pinga... (glicose)

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Da Gota

Dentro da gota,
Visão de lupa...
Cai.
Muito rápido,
Como se não fosse parar.
Mas sempre encontra um pára-brisa.
Escorre...
E desaparece na palheta do limpador.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Projeção

O chão do quarto é lama,
De dentro da caverna.
Afunda as costas.
Mais...
Lobo amigo guia.
Antepassado índio fala coisa qualquer.
Caminha e volta.
O corpo treme...
Deitado, só os calcanhares tocam o chão.
A cama chama.
Assustado;
Um estrondo, trovão...
Entra ou sai do dedo mínimo do pé;
Ecoa o corpo inteiro.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Tapa de vento

Atrás das pálpebras há sempre um quarto escuro.
Na parede projeções de um pensante qualquer;
Lá longe um verde de daltônico.
Pensamentos caem como jogo de varetas...
um a um são retirados.
Da ampulheta cada grão que cai emite um som,
criança tocando xilofone.
Um tapa de vento
A história é contada
por um beijo do silêncio profundo.