segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Calo

Rompi promessas
Comigo mesmo.
É difícil não sonhar,
Ver um sorriso
E não se apaixonar.
Romper promessas
Consigo mesmo.

Já existe um calo,
Como os das mãos que roçam cana,
Dos olhos queimados na guerra,
De tanta tortura
E de tanto amor torto,
No miocárdio que nem me é.
Não mais.

Queria escrever coisas bonitas e alegres,
Mas coisa triste também pode ser bonita.
Até mais!
Tem que ser.
Agora mais ainda.

Tanto me falo de tudo;
Prometi não prometer
Por saber que não sei cumprir.
Ao menos não essa.

Pensava no passeio que não fizemos
De mãos dadas.
Falava sobre coisas que nem existem ainda
E só você entendia.
Queria o hálito em meu cheiro,
Mãos em meu rosto,
Costas
Peito
Boca
Nuca.

Rompi promessas
Comigo mesmo.
Todo mundo faz isso,
Mas podia ser menos dolorido.