quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Perfume do Amanhã

Hoje sei
tudo que não me completou
simplesmente não faz parte do que sou
por escolha própria
abdicou-se de tornar-se unidade
e aos poucos se esvai

Tormento áspero
atritos
fagulhas
e o oxigênio incendiado
agora só fumaça

Esse fogo cauterizou
toda chaga aberta ontem
adubou as terras que percorrerei
onde colherei os frutos
flores
perfumes desse amanhã paciente

Tarde percebemos
aflições não passam de insegurança
duvidar que o coração ainda bate
e as pernas ainda andam

Como nos permitimos pensar
assim
tão ingenuamente
que este copo permanecerá vazio

se ainda nem provamos do que desejamos beber?