Escrevo os versos do mundo
Que criei.
Universo verde
De ornitorrincos podres.
Poesias doces
Sentimento adstringente.
Entrevejo acordes num momento
Verei, enfim
Que sei
Dos dias que passei
Girassóis que te dou
Madrugadas cobro
Jamais
Em uma cidade pequena
Qualquer que quase nasce
Pequena é
Só não se sabe assim.
Gigantes semeando tamarindeiras
E casas acima do céu.
Só a poesia aduba
Essa respiração orgânica
Plantação e frutos
De abraços e beijos chuvosos.
Escrevo que sei
O verso do mundo
Furo na pleura do texto
Água na calha
Chove barulho no grande do ouvido
Nuvens embaçam óculos
Digo que sei
Mas nem sede
Só sangue dos olhos
Nos brotam
Secam
Mas molham o que somos.
O que juntos,
Se somos,
Não ser nos deixa talvez
Tão mais à vontade.
Arthur Parreiras e Marcos Assis (entre um gole e outro) 02/11/2010
Não deixe suas poesias para as traças.
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
domingo, 7 de novembro de 2010
Decepção
Esperar demais do outro
É triste e ilude a alma.
O choro é inevitável
Quando se tem como ídolo
Qualquer um que seja.
Hoje vejo o erro,
Percebo que jamais
Deveria ter idealizado alguém
Como exemplo de vida.
Não dar tanta importância a qualquer palavra,
É sempre menos dolorido.
Mais indolor,
Incolor;
Mas às vezes,
Deve-se não ter cor mesmo.
Tem horas que o mundo
Deve ser cinza
E os sentimentos devem ser insensíveis
Pra não mais
Decepcionar-se.
É triste e ilude a alma.
O choro é inevitável
Quando se tem como ídolo
Qualquer um que seja.
Hoje vejo o erro,
Percebo que jamais
Deveria ter idealizado alguém
Como exemplo de vida.
Não dar tanta importância a qualquer palavra,
É sempre menos dolorido.
Mais indolor,
Incolor;
Mas às vezes,
Deve-se não ter cor mesmo.
Tem horas que o mundo
Deve ser cinza
E os sentimentos devem ser insensíveis
Pra não mais
Decepcionar-se.
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