Escrevo os versos do mundo
Que criei.
Universo verde
De ornitorrincos podres.
Poesias doces
Sentimento adstringente.
Entrevejo acordes num momento
Verei, enfim
Que sei
Dos dias que passei
Girassóis que te dou
Madrugadas cobro
Jamais
Em uma cidade pequena
Qualquer que quase nasce
Pequena é
Só não se sabe assim.
Gigantes semeando tamarindeiras
E casas acima do céu.
Só a poesia aduba
Essa respiração orgânica
Plantação e frutos
De abraços e beijos chuvosos.
Escrevo que sei
O verso do mundo
Furo na pleura do texto
Água na calha
Chove barulho no grande do ouvido
Nuvens embaçam óculos
Digo que sei
Mas nem sede
Só sangue dos olhos
Nos brotam
Secam
Mas molham o que somos.
O que juntos,
Se somos,
Não ser nos deixa talvez
Tão mais à vontade.
Arthur Parreiras e Marcos Assis (entre um gole e outro) 02/11/2010
Não deixe suas poesias para as traças.
3 comentários:
tô fazendo a sua música...
Legal como elementos do encontro se misturam de maneira sutil! A poesia doce e adstingente combina com a ideia de plantar frutas (apesar de que não sei se tamarindo tem esse gosto! mas me lembra maracujá!)
é isso!
Lindo poema!
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